Um dos filhos do rabequeiro Damião, Francimar, de apenas 13 anos, foi agredido em Laranjeira do Abdias, distrito de São José do Mipibu. Levou três açoites da corda que antes amarrava seu próprio jumento.
Segundo o exame de corpo e delito, a agressão produziu marcas duplas de 40 e 50 cm. Depois veio uma tapa no rosto e por fim um irônico desafio para ir pegar sua corda de volta. O agressor era um adulto covarde, de faca na mão.
Damião e seus dois filhos na volta para casa |
Hoje, foi o dia da audiência na Delegacia. O agressor não compareceu. Acreditam: o agente, que conhece o acusado disse ter esquecido de enviar a intimação.
No dia em que Francimar foi agredido, Damião procurou nosso conhecido Lenilton Lima e disse que o motivo da agressão seria pelo fato do garoto ser um “filho de um nada”.
Hoje, Damião e Lenilton passaram a tarde juntos tentando resolver esse problema. Lenilton ainda ajudou o rabequeiro nas passagens de volta pra casa. É gente simples, como se imagina.
Damião talvez seja o mais importante rabequeiro potiguar. Além de tocar forró pé de serra em sua rabeca, ainda é tocador do Boi Calemba Pintadinho, de São Gonçalo do Amarante, do Boi antes comandado pelo mestre Elpídio de Parnamirim, Boi de Janeiro/ Boi de Manibu de São José do Mipibu e ainda acompanha brincantes de João Redondo.
E aqui faço também o registro da importância do trabalho de Lenilton junto a esses grupos. Um trabalho voluntarioso, mais das vezes, incondicional e quase invisível à mídia. E atende a essa gente precisada, tida e agredida como “um nada”.
Meu aplauso a Damião e a Lenilton!
Diário do Tempo - 5 de outubro de 2011
Sérgio Vilar
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